quinta-feira, 26 de maio de 2011

Idéias Políticas de Platão

Agradecimentos aos acadêmicos: Lucas L. Sonda; Maycon Demetrius; Lucia H. Monteiro; Dhyellen M. Peloia; Jadye B. Lima; João R. Delai, pela apresentação do seminário: TEORIAS POLÍTICAS DE PLATÃO, na noite do dia 25 de maio de 2011, na aula de Ciências sociais na Unioeste, Campus de Cascavel
Platão, o mais célebre aprendiz de Sócrates, tornou-se reconhecível através de suas obras que trataram dos mais diversos assuntos. Suas palavras percorreram os campos da filosofia, da história, da ética, da economia e da formação social e política. Primeiramente, Platão preocupou-se com o pensar filosófico, em compreender o que nos cerca através da reflexão e do diálogo, e desta forma poder idealizar a melhor maneira de interagir socialmente. Atingiu este objetivo partindo do conceito do mundo das idéias e da formulação da república ideal. Mesmo assumindo o caráter utópico de sua obra, Platão oferece aos estudiosos político-sociais, um material rico em análises ideológicas e empíricas. Neste trabalho, aborda-se as suas teses políticas, sem desprezar suas relações com a história, filosofia, economia e sociedade.
Teorias políticas de Platão
"Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente." Platão - Carta Sétima.
Através do diálogo Socrático, Platão nos apresenta suas teorias políticas. Tendo em mente os três tipos de governo conhecidos na época, monarquia, governo de poucos e democracia, uma análise se dá nas características de cada um. A monarquia divide-se em tirania e realeza, o governo de poucos pode ser formado por uma aristocracia ou oligarquia, e a democracia permanecesse indissociável. À todos eles, conceitos como "riqueza e pobreza", "liberdade e opressão", "alguns ou muitos", podem ser associados, mas o que realmente garante a real ciência de governo não repousa nesses atributos. Platão reconheceu nas sociedades vigentes problemas estruturais graves. Através de suas teorias, fica claro o seu descontentamento com a democracia representativa e com a monarquia absoluta da maneira como se apresentavam. Ainda valorizando o fato de que o povo pode e deve interagir politicamente, ele coloca que, o governante eleito pela maioria (democracia), não está necessariamente apto para ocupar o cargo, da mesma forma que um príncipe que se torna rei apenas pela sua herança genética (monarquia). Sendo assim, ele nos apresenta um modelo ideal de formação social e política, o qual denomina "A República". Nesta obra, observa-se o apreço de Platão pela educação segmentada, ou seja, o indivíduo deveria receber determinado tipo de educação de acordo com sua idade e conquistas anteriores. Exemplificado no fluxograma a seguir:



A instituição familiar deveria ser extinta. Nenhum homem deveria estar ligado unicamente à uma mulher e vice-versa. Desta forma, os filhos e filhas não saberiam quem eram seus pais verdadeiros, sendo a sua educação e cuidados próprios de todos os cidadãos, da cidade como um todo. Assim, os jovens estariam livres dos maus hábitos e dos vícios sociais. Até os 10 anos, as crianças estariam constantemente exercitando seus corpos e aptidões musicais, para desta forma, desenvolverem o físico e a percepção mental oriunda da música. Posteriormente, o indivíduo acresceria à sua formação a moral, que viria da crença no divino. Para ele, a fé traria apenas benefícios, e portanto, não deveria ser descartada ao todo. Para a designação das funções dentro da República, aos 20 anos todos os jovens participariam da Grande Eliminação, um teste físico e teórico que definiria àqueles que integrariam as três classes. Alguns iriam compor a classe econômica, formada por artesãos, comerciantes eentre outros, outros seriam utilizados para a classe dos guardiões, responsáveis pela proteção e segurança da cidade, e por fim, haveria uma classe que daria prosseguimento aos seus estudos. A não hereditariedade das classes também é um fator importante a se considerar, reforçando a condição de que todos obtinham oportunidades iguais. Aos 30 anos, mais um teste iria revelar os aptos ao aprendizado da filosofia, à compreensão do mundo das idéias e do exercício do diálogo. Somente aos 50 anos, depois de ter experimentado os desafios e dissabores da vida, ter estudado incessantemente e superado todos os testes a si impostos, poder-se-ia então pleitear um cargo público. Platão destaca que, com esta estrutura, o governante estaria realmente apto a gerir um Estado, a aplicar a ciência do governo.
Virtudes: Segundo Platão, existem três virtudes que controlam o corpo e a alma, são elas: racional, irracional, concupiscente. A primeira destina-se ao conhecimento das idéias, ou seja, sabedoria. Localiza-se na cabeça. A segunda é caracterizada pelo ânimo e força. Localiza-se no peito. A terceira é definida pelos desejos e paixões e localiza-se no ventre. O governante ideal deveria, sempre, ter a primeira virtude predominante dentre as outras. Sendo a razão a única ferramenta capaz de proporcionar a felicidade e a justiça. Este modelo teórico foi idealizado na cidade de Calípole - Cidade Bela - e nunca foi colocado em prática.
Justiça: Abordando o que é a Justiça, o diálogo leva-nos a conclusão de que a Justiça é uma virtude da alma, sendo, invariavelmente, própria do homem. Assim, como há o homem justo que faz uso da justiça para o bem comum, para o bem estar social e político e que, acima de tudo, não distingue o amigo do inimigo no que diz respeito a aplicar a justiça, sendo virtuoso e correto, em contrapartida, observa-se àquele que desvirtua a Justiça, que não leva em consideração o prejuízo alheio, que coloca a si mesmo em posição de prevalecimento e que não mede esforços para conquistar o que deseja. Atribui-se a este indivíduo as qualidades de egoísta, malévolo e injusto. Tendo conseguido qualificar o justo e o injusto no âmbito individual, afirma-se então que um governante, um Estado, deve partir dos mesmos preceitos, pregando a Justiça e o bem comum.
Mundo das idéias: O mundo das idéias, ou teorias das formas, representa para Platão o conceito da perfeição. Para ele, todas as almas advêm deste mundo e são conhecedoras da mais pura verdade existente. Com o nascer do homem e sua alma sendo jogado nesta nova vida, quase todo o seu conhecimento se esvai, devendo, o homem, buscar novamente esta sabedoria. As ferramentas necessárias para tal ato são o diálogo, a auto reflexão e a filosofia, procurando acima de tudo compreender a essência do que nos rodeia. Distinguem-se desta maneira, o mundo das idéias e o mundo sensível.
Forma do bem: Assim como o Sol e sua luz permitem-nos enxergar com clareza aquilo que nos cerca, a escuridão e as luzes artificiais por muitas vezes prejudicam a nossa visão. Analogamente, o Bem é o fundamentador da verdade, é o instrumento para que se possa compreender o que é real e diferenciar ilusões, hipóteses infundadas. Já o seu oposto, nos leva ao mau julgamento, à incompreensão e à ignorância.
Alegoria da linha dividida vertical: Para exemplificar tais teorias, Platão cria a alegoria da linha dividida. Primeiramente, divide-se a linha entre o mundo das idéias e o mundo sensível. Em seguida, faz-se uma nova divisão em cada um dos mundos.No mundo das idéias Platão caracteriza como superior, a idéia, seguindo-se do bem, da inteligência e da filosofia. A hipótese, seção inferior, é um vislumbre da idéia, é uma ferramenta que faz uso dela, que estuda a conseqüência e a finalidade, enquanto a idéia é capaz de analisar a origem, o princípio real.No mundo sensível, a parte superior é formada pelos homens, pela natureza e pelos artefatos, por aquilo que preenche a nossa realidade. Já a imagem, parte inferior, nos é dada a partir da visão, dos sentidos, é subseqüente da existência. Só é possível, pois o primeiramente o ser existe, senão não poderia ser percebido.
Alegoria da Caverna: Platão então, de forma extremamente didática, nos apresenta um conto que viria a ser um dos mais difundidos de sua obra, a alegoria da caverna. Nela, três personagens encontram-se acorrentados dentro de uma caverna, virados para uma parede e de costas para uma fogueira e a saída. As sombras das formas exteriores à caverna projetam-se na parede visível aos três homens, e seus ecos são ouvidos e associados às mesmas. Nesta condição, deduz-se que a percepção do que é verdadeiro, do que é real para os habitantes da caverna estaria depositada única e exclusivamente no que viam e ouviam, sombras e ecos. Um dos homens liberta-se de sua prisão e pela primeira vez enxerga o mundo do lado de fora e toma conhecimento de que há muito mais do que aquilo que estavam fadados a enxergar e ouvir. Pondera-se então a respeito de sua reação. Poderia ele habituar-se a nova situação ou rejeitá-la completamente. Poderia ele alertar seus companheiros com o intuito de libertá-los de sua incompreensão. Mas não estaria ele sujeito a vários riscos? Não poderia facilmente ser acusado de blasfêmia? Não haveriam chances de ser morto ou ignorado pelos seus próprios companheiros de encarceramento? Este questionamento nos leva a refletir sobre o que pode-se considerar "correntes" em nossas vidas, quais são as sombras e ecos que temos como realidade absoluta, e como lidaríamos com a descoberta, com o confrontamento. Concluí-se que, somos levados constantemente a acreditar no que é irreal ou parcialmente verdade. A mídia, o senso comum, a ignorância e o comodismo são ferramentas que obscurecem nossos olhos, e a única forma de quebrar essas correntes é através da busca pelo conhecimento e da auto-reflexão.
Conclusão: As teorias políticas de Platão, baseadas na reflexão, no diálogo e na filosofia, idealizaram um modelo amplamente estudado durante os séculos que se seguiram. Embora nunca tenha sido colocado em prática, nos apresenta uma ideologia referendada na justiça, na igualdade e no mérito. Mesmo que utópicas, suas teorias são de extrema relevância no estudo do aprimoramento político-social.
Referências:
República, A - PLATÃO
De Aristóteles a Stephen Hawking - Documentário produzido por Focus Filmes.
Sombras da vida, As – SOUZA, Maurício.
Pensadores: Platão, Os – PEÇANHA, José Américo – Editora Nova Cultura, 1991.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Rep%C3%BAblica
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/a/a_republica
http://www.miniweb.com.br/historia/Artigos/i_antiga/platao.html
http://rotasfilosoficas.blogs.sapo.pt/31383.html
http://www.gilvicente.eu/cultura/platao.html
http://www.webartigos.com/articles/6969/1/Platao-E-A-Distincao-Entre-O-Mundo-Sensivel-E-O-Mundo-Das-Ideias/pagina1.html

terça-feira, 3 de maio de 2011

O retorno do movimento estudantil da Unioeste

Para aqueles que pensam que os nossos jovens não estão ligados, cuidado com o susto!
Iniciou-se um movimento importante dos estudantes de Cascavel, que envolve a reivindicação do Restaurante Universitário, e que, terá outras ramificações decisivas, bem como, trará conquistas necessárias para ampliar a qualidade de vida dos acadêmicos e estudantes da Região Oeste do Paraná.
Os próximos passos da agenda são: a) Casa do Estudante, para atender os os acadêmicos que não podem custear suas moradias; b) Secretaria Eletrônica, para agilizar as matrículas e permitir operacionalidade nas questões administrativas; c) Diretoria Democrática no Hospital Universitário HU, que por enquanto, serviu para distribuição dos cargos políticos, reforçando o quadro de clientelismo, com a nomeção de agentes públicos que, não estão resolvendo com eficiência as questões relativas a saúde pública na Região Oeste do Paraná; d) Respeito as decisões políticas e eleitorais dos integrantes da Unioeste, para evitar desmandos, tal como na última eleição em que, o governador Requião, desconsiderou a decisão da maioria e nomeou um interventor (lembrança e saudade do período da ditadura); e) Ampliação da autonomia universitária, notadamente, para escolha de seus dirigentes; f) Ampliação do debate das questões políticas, sociais, culturais, éticas, ecológicas entre outras.
Com a certeza de que, democracia se aprende na escola, parabenizo os nossos alunos que participaram do movimento.
Dra. Rosana Katia Nazzari




http://ideiasdopovo.blogspot.com/2011/05/manifesto.html

MANIFESTO
Eu, Yuri, recém integrado ao grupo de estudantes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, com ajuda do DCE da Unioeste de Cascavel, através do curso de Ciências Econômicas, estou de acordo com o PANELAÇO desta segunda-feira (02/05) às 11hs, que envolve reivindicação do Restaurante Universitário.
3 anos e 8 meses desde a última eleição e nós, em um contexto geral, estudantes, gastando de três a cinco vezes mais do que as outras Universidades paranaenses...
QUAL O MOTIVO? QUEM ESTÁ SE DANDO BEM COM ISSO? ONDE FOI PARAR O PASSE LIVRE APROVADO NO FIM DA ÚLTIMA GESTÃO?
Vamos participar e buscar o que temos direito, por melhores condições de vida. Estudantes de ensino médio que também querem entrar na Unioeste no final do ano também devem lutar por esse direito.
ONDE ESTÁ A REPRESENTATIVIDADE MUNICIPAL? ATÉ QUANDO VÃO FICAR EMPURRANDO COM A BARRIGA CHEIA E DEIXAR A POPULAÇÃO PASSANDO POR APUROS? Entramos com esta cobrança e queremos RESULTADO!
Aproveitando este marco, do Dia do Trabalhador, para que olhem para o futuro e vejam que começa hoje a formação de nossos jovens estudantes à profissionais, nos diversos campos de trabalho, que representarão nossa sociedade amanhã.
Assina Yuri Fagundes