Forum21 European Journal on Child and Youth Research
IJAB – International Youth Service of the
Federal Republic of Germany ISSN: 1866-7260
Public policies for Young People in Brazil: Social Capital, Education and Empowerment
Rosana Katia Nazzari
Rute Vivian Angelo Baquero
Berlin, London, Paris. Editorial Board: IJAB and NYA National Youth Agency Disponível: www.coe.int/youth/forum21
This article is a summary of the paper titled “Public Policies for the Young in Brazil: Social Capital, Education and Empowerment” presented at the International Conference on Youth Policy and Research (ICYPR) “From Theory to Practice - Evidence Based Youth Policy” organised by the Austrian Federal Ministry of Economy, Family and Youth in cooperation with the United Nations from 23 to 25 September 2009 in Vienna, Austria. The entire research paper can be requested from the authors: knazzari@hotmail.com and rbaquero@unisinos.br
http://www.coe.int/t/dg4/youth/Source/Resources/Forum21/II_Issue_No5/II_No5_Public_policies_young_people_Brazil_en.pdf
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=1067480&tit=Sem-inimigo-movimento-estudantil-tem-baixa-adesao
Sem “inimigo”, movimento estudantil tem baixa adesão
Sem o barulho das manifestações do passado, organizações estudantis mudam forma de atuação, mas sofrem com a falta de engajamento
Publicado em 13/11/2010 | Denise Paro, da sucursal e Marcus Ayres, da Gazeta Maringá
Fale conoscoRSSImprimirEnviar por emailReceba notícias pelo celularReceba boletinsAumentar letraDiminuir letraFoz do Iguaçu e Maringá - Da resistência à ditadura nos anos de chumbo às acanhadas manifestações no século 21, o movimento estudantil brasileiro mudou de cara. O desafio é tentar driblar a apatia juvenil para fazer jus ao seu DNA: lutar contra o sucateamento do ensino e se posicionar frente às reivindicações da política nacional.
Em um discurso com predomínio do tom antineoliberal, jovens empunham a bandeira da educação em passeatas, debates e congressos, nos quais não deixam para trás reivindicações que passam pelo meio ambiente, o debate em torno do pré-sal e o combate à corrupção. No entanto, as iniciativas não escondem a baixa adesão de estudantes e o esvaziamento do movimento.
Christian Rizzi / Gazeta do Povo
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Messias Dídimo Andrade, de 17 anos, fundou o grêmio no colégio para participar de discussões políticas
Participação
Uma pesquisa realizada em 2008 com estudantes da Unioeste, em Cascavel, revelou o baixo índice de adesão ao movimento estudantil na universidade. Foram entrevistados 307 alunos.
> 83% declararam não participar de organizações estudantis. A maioria justificou falta de tempo (45%) e de interesse (14%).
> 66% dos entrevistados afirmaram que não ocupariam um cargo de liderança estudantil.
> 63% dos estudantes disseram que, apesar de não participar de movimentos, consideram que a universidade contribui para aumentar a participação na política.
> 45% declararam que participariam de abaixo-assinados, contra 32% que aceitariam fazer manifestações ou protestos. Somente 2% afirmaram que participariam de greve.
> 99% dos estudantes acreditam que deveriam ter influência nas decisões tomadas na universidade, apesar de não participarem de entidades estudantis.
Principal pauta de reivindicações está nos problemas locais
No interior do Paraná, o movimento estudantil tenta retomar a expressão e manter-se no fluxo de reivindicações locais. Em Ponta Grossa, a luta contra a construção de um aterro em um local que oferece riscos ao meio ambiente e a defesa da qualidade do transporte coletivo estão na pauta do movimento estudantil.
Leia a matéria completa
Desvio na Assembleia ajudou mobilização
Indignação e anseio por mudança são os motores que fazem a juventude deixar de lado a indiferença e se envolver na política. Para o secretário-geral da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Camilo Vanni, 22, o episódio dos escândalos na Assembleia Legislativa foi um exemplo.
Leia a matéria completa
Política partidária também se faz presente
Apesar de se considerarem apartidários, os movimentos estudantis têm muitas de suas lideranças vinculadas a agremiações políticas. A própria União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Paranaense dos Estudantes (UPE), por exemplo, congregam filiados ao PCdoB, PT, PSDB, PMDB e DEM. O predomínio maior é de esquerda.
Leia a matéria completa
Saiba mais
Veja a linha do tempo do movimento estudantil“Os jovens não são incentivados para a participação na esfera política e, mesmo convocados, omitem-se ou demonstram desafeição pela política”, diz a cientista política Rosana Nazzarie, professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
Para Rosana, o movimento estudantil é importante porque incentiva a participação futura e consciente dos jovens em esferas decisórias mais amplas, incluindo a política nacional.
Os próprios estudantes reconhecem que o maior desafio do movimento passa pela adesão. Para o presidente da União Paranaense de Estudantes (Upes), Paulo Moreira da Rosa Júnior, a situação do movimento estudantil hoje é diferente do passado porque as formas de mobilização estão divididas. Há estudantes atraídos por ONGs e outras entidades, ao contrário de décadas anteriores, quando a concentração maior era no próprio movimento estudantil.
No Paraná, o movimento estudantil voltou à cena este ano, quando se uniu a milhares de pessoas para cobrar transparência e ética dos deputados estaduais. Mas não é somente em momentos como este que os estudantes estão presentes. Para o presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Maringá, Lucas Okado, de 23 anos, por mais que o movimento estudantil não esteja em evidência na maior parte do tempo, ele nunca deixou de ser combativo e organizado. “Na UEM nós temos cerca de 50 cursos, quase todos com centros acadêmicos ativos, discutindo e reivindicando a melhoria do ensino”, diz.
Para o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEM, Stephano Nunes, 20, o movimento estudantil age de forma dinâmica. “Nós agimos prestando assistência estudantil, fazendo enfrentamento político, enfim, nos engajamos em prol de uma formação acadêmica de qualidade e de uma sociedade mais democrática”.
O presidente da União Londrinense dos Estudantes (Ules), André Fabio Lopes, 20, também acredita que o movimento estudantil continua sendo um poderoso instrumento de formação cidadã: “Eu não concordo quando dizem que o movimento está parado. Na verdade, temos formas de nos organizar diferentes das décadas passadas”, explicou Lopes.
Interesse
Quando o jovem é interessado nas questões políticas, o desejo de participação começa cedo. Messias Dídimo Andrade, 17 anos, é um exemplo. Ele cursa o 3.º ano do ensino médio e está ligado às reivindicações juvenis. Participa de eventos dos Conselhos da Criança e Adolescente e teve a iniciativa de formar um grêmio estudantil no colégio Dobrandino Gustavo da Silva, em Foz do Iguaçu. Este ano, Messias foi um dos três paranaenses eleitos para participar do Parlamento Juvenil do Mercosul. “O interesse político dos estudantes é bem fraco. Mas quando tem algo mais dinâmico a participação é boa”, avalia.
Para o historiador da UEM Reginaldo Dias, os grupos não eram mais fortes nas décadas passadas. “Considero apenas que era diferente. O país mudou. A pauta mudou. As formas de atuação devem ser coerentes com o ambiente institucional. Na época da ditadura, era uma luta maniqueísta e a pauta era bastante ampla”. Para o professor, não se deve ter a ilusão de que, naquela época, todo mundo era contestador e gostava de se mobilizar. Como as ações eram naturalmente ruidosas, criava-se essa impressão.
Sem o barulho das manifestações do passado, organizações estudantis mudam forma de atuação, mas sofrem com a falta de engajamento
Publicado em 13/11/2010 | Denise Paro, da sucursal e Marcus Ayres, da Gazeta Maringá
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Em um discurso com predomínio do tom antineoliberal, jovens empunham a bandeira da educação em passeatas, debates e congressos, nos quais não deixam para trás reivindicações que passam pelo meio ambiente, o debate em torno do pré-sal e o combate à corrupção. No entanto, as iniciativas não escondem a baixa adesão de estudantes e o esvaziamento do movimento.
Christian Rizzi / Gazeta do Povo
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Messias Dídimo Andrade, de 17 anos, fundou o grêmio no colégio para participar de discussões políticas
Participação
Uma pesquisa realizada em 2008 com estudantes da Unioeste, em Cascavel, revelou o baixo índice de adesão ao movimento estudantil na universidade. Foram entrevistados 307 alunos.
> 83% declararam não participar de organizações estudantis. A maioria justificou falta de tempo (45%) e de interesse (14%).
> 66% dos entrevistados afirmaram que não ocupariam um cargo de liderança estudantil.
> 63% dos estudantes disseram que, apesar de não participar de movimentos, consideram que a universidade contribui para aumentar a participação na política.
> 45% declararam que participariam de abaixo-assinados, contra 32% que aceitariam fazer manifestações ou protestos. Somente 2% afirmaram que participariam de greve.
> 99% dos estudantes acreditam que deveriam ter influência nas decisões tomadas na universidade, apesar de não participarem de entidades estudantis.
Principal pauta de reivindicações está nos problemas locais
No interior do Paraná, o movimento estudantil tenta retomar a expressão e manter-se no fluxo de reivindicações locais. Em Ponta Grossa, a luta contra a construção de um aterro em um local que oferece riscos ao meio ambiente e a defesa da qualidade do transporte coletivo estão na pauta do movimento estudantil.
Leia a matéria completa
Desvio na Assembleia ajudou mobilização
Indignação e anseio por mudança são os motores que fazem a juventude deixar de lado a indiferença e se envolver na política. Para o secretário-geral da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Camilo Vanni, 22, o episódio dos escândalos na Assembleia Legislativa foi um exemplo.
Leia a matéria completa
Política partidária também se faz presente
Apesar de se considerarem apartidários, os movimentos estudantis têm muitas de suas lideranças vinculadas a agremiações políticas. A própria União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Paranaense dos Estudantes (UPE), por exemplo, congregam filiados ao PCdoB, PT, PSDB, PMDB e DEM. O predomínio maior é de esquerda.
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Saiba mais
Veja a linha do tempo do movimento estudantil“Os jovens não são incentivados para a participação na esfera política e, mesmo convocados, omitem-se ou demonstram desafeição pela política”, diz a cientista política Rosana Nazzarie, professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
Para Rosana, o movimento estudantil é importante porque incentiva a participação futura e consciente dos jovens em esferas decisórias mais amplas, incluindo a política nacional.
Os próprios estudantes reconhecem que o maior desafio do movimento passa pela adesão. Para o presidente da União Paranaense de Estudantes (Upes), Paulo Moreira da Rosa Júnior, a situação do movimento estudantil hoje é diferente do passado porque as formas de mobilização estão divididas. Há estudantes atraídos por ONGs e outras entidades, ao contrário de décadas anteriores, quando a concentração maior era no próprio movimento estudantil.
No Paraná, o movimento estudantil voltou à cena este ano, quando se uniu a milhares de pessoas para cobrar transparência e ética dos deputados estaduais. Mas não é somente em momentos como este que os estudantes estão presentes. Para o presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Maringá, Lucas Okado, de 23 anos, por mais que o movimento estudantil não esteja em evidência na maior parte do tempo, ele nunca deixou de ser combativo e organizado. “Na UEM nós temos cerca de 50 cursos, quase todos com centros acadêmicos ativos, discutindo e reivindicando a melhoria do ensino”, diz.
Para o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEM, Stephano Nunes, 20, o movimento estudantil age de forma dinâmica. “Nós agimos prestando assistência estudantil, fazendo enfrentamento político, enfim, nos engajamos em prol de uma formação acadêmica de qualidade e de uma sociedade mais democrática”.
O presidente da União Londrinense dos Estudantes (Ules), André Fabio Lopes, 20, também acredita que o movimento estudantil continua sendo um poderoso instrumento de formação cidadã: “Eu não concordo quando dizem que o movimento está parado. Na verdade, temos formas de nos organizar diferentes das décadas passadas”, explicou Lopes.
Interesse
Quando o jovem é interessado nas questões políticas, o desejo de participação começa cedo. Messias Dídimo Andrade, 17 anos, é um exemplo. Ele cursa o 3.º ano do ensino médio e está ligado às reivindicações juvenis. Participa de eventos dos Conselhos da Criança e Adolescente e teve a iniciativa de formar um grêmio estudantil no colégio Dobrandino Gustavo da Silva, em Foz do Iguaçu. Este ano, Messias foi um dos três paranaenses eleitos para participar do Parlamento Juvenil do Mercosul. “O interesse político dos estudantes é bem fraco. Mas quando tem algo mais dinâmico a participação é boa”, avalia.
Para o historiador da UEM Reginaldo Dias, os grupos não eram mais fortes nas décadas passadas. “Considero apenas que era diferente. O país mudou. A pauta mudou. As formas de atuação devem ser coerentes com o ambiente institucional. Na época da ditadura, era uma luta maniqueísta e a pauta era bastante ampla”. Para o professor, não se deve ter a ilusão de que, naquela época, todo mundo era contestador e gostava de se mobilizar. Como as ações eram naturalmente ruidosas, criava-se essa impressão.
http://www.edu-online.eu/hu/letoltes.php?fid=tartalomsor/1959
http://www.edu-online.eu/hu/letoltes.php?fid=tartalomsor/1959
http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=1067480&tit=Sem-inimigo-movimento-estudantil-tem-baixa-adesao
Sem “inimigo”, movimento estudantil tem baixa adesão
Sem o barulho das manifestações do passado, organizações estudantis mudam forma de atuação, mas sofrem com a falta de engajamento
Publicado em 13/11/2010 | Denise Paro, da sucursal e Marcus Ayres, da Gazeta Maringá
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Em um discurso com predomínio do tom antineoliberal, jovens empunham a bandeira da educação em passeatas, debates e congressos, nos quais não deixam para trás reivindicações que passam pelo meio ambiente, o debate em torno do pré-sal e o combate à corrupção. No entanto, as iniciativas não escondem a baixa adesão de estudantes e o esvaziamento do movimento.
Christian Rizzi / Gazeta do Povo
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Messias Dídimo Andrade, de 17 anos, fundou o grêmio no colégio para participar de discussões políticas
Participação
Uma pesquisa realizada em 2008 com estudantes da Unioeste, em Cascavel, revelou o baixo índice de adesão ao movimento estudantil na universidade. Foram entrevistados 307 alunos.
> 83% declararam não participar de organizações estudantis. A maioria justificou falta de tempo (45%) e de interesse (14%).
> 66% dos entrevistados afirmaram que não ocupariam um cargo de liderança estudantil.
> 63% dos estudantes disseram que, apesar de não participar de movimentos, consideram que a universidade contribui para aumentar a participação na política.
> 45% declararam que participariam de abaixo-assinados, contra 32% que aceitariam fazer manifestações ou protestos. Somente 2% afirmaram que participariam de greve.
> 99% dos estudantes acreditam que deveriam ter influência nas decisões tomadas na universidade, apesar de não participarem de entidades estudantis.
Principal pauta de reivindicações está nos problemas locais
No interior do Paraná, o movimento estudantil tenta retomar a expressão e manter-se no fluxo de reivindicações locais. Em Ponta Grossa, a luta contra a construção de um aterro em um local que oferece riscos ao meio ambiente e a defesa da qualidade do transporte coletivo estão na pauta do movimento estudantil.
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Desvio na Assembleia ajudou mobilização
Indignação e anseio por mudança são os motores que fazem a juventude deixar de lado a indiferença e se envolver na política. Para o secretário-geral da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Camilo Vanni, 22, o episódio dos escândalos na Assembleia Legislativa foi um exemplo.
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Política partidária também se faz presente
Apesar de se considerarem apartidários, os movimentos estudantis têm muitas de suas lideranças vinculadas a agremiações políticas. A própria União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Paranaense dos Estudantes (UPE), por exemplo, congregam filiados ao PCdoB, PT, PSDB, PMDB e DEM. O predomínio maior é de esquerda.
Leia a matéria completa
Saiba mais
Veja a linha do tempo do movimento estudantil“Os jovens não são incentivados para a participação na esfera política e, mesmo convocados, omitem-se ou demonstram desafeição pela política”, diz a cientista política Rosana Nazzarie, professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
Para Rosana, o movimento estudantil é importante porque incentiva a participação futura e consciente dos jovens em esferas decisórias mais amplas, incluindo a política nacional.
Os próprios estudantes reconhecem que o maior desafio do movimento passa pela adesão. Para o presidente da União Paranaense de Estudantes (Upes), Paulo Moreira da Rosa Júnior, a situação do movimento estudantil hoje é diferente do passado porque as formas de mobilização estão divididas. Há estudantes atraídos por ONGs e outras entidades, ao contrário de décadas anteriores, quando a concentração maior era no próprio movimento estudantil.
No Paraná, o movimento estudantil voltou à cena este ano, quando se uniu a milhares de pessoas para cobrar transparência e ética dos deputados estaduais. Mas não é somente em momentos como este que os estudantes estão presentes. Para o presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Maringá, Lucas Okado, de 23 anos, por mais que o movimento estudantil não esteja em evidência na maior parte do tempo, ele nunca deixou de ser combativo e organizado. “Na UEM nós temos cerca de 50 cursos, quase todos com centros acadêmicos ativos, discutindo e reivindicando a melhoria do ensino”, diz.
Para o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEM, Stephano Nunes, 20, o movimento estudantil age de forma dinâmica. “Nós agimos prestando assistência estudantil, fazendo enfrentamento político, enfim, nos engajamos em prol de uma formação acadêmica de qualidade e de uma sociedade mais democrática”.
O presidente da União Londrinense dos Estudantes (Ules), André Fabio Lopes, 20, também acredita que o movimento estudantil continua sendo um poderoso instrumento de formação cidadã: “Eu não concordo quando dizem que o movimento está parado. Na verdade, temos formas de nos organizar diferentes das décadas passadas”, explicou Lopes.
Interesse
Quando o jovem é interessado nas questões políticas, o desejo de participação começa cedo. Messias Dídimo Andrade, 17 anos, é um exemplo. Ele cursa o 3.º ano do ensino médio e está ligado às reivindicações juvenis. Participa de eventos dos Conselhos da Criança e Adolescente e teve a iniciativa de formar um grêmio estudantil no colégio Dobrandino Gustavo da Silva, em Foz do Iguaçu. Este ano, Messias foi um dos três paranaenses eleitos para participar do Parlamento Juvenil do Mercosul. “O interesse político dos estudantes é bem fraco. Mas quando tem algo mais dinâmico a participação é boa”, avalia.
Para o historiador da UEM Reginaldo Dias, os grupos não eram mais fortes nas décadas passadas. “Considero apenas que era diferente. O país mudou. A pauta mudou. As formas de atuação devem ser coerentes com o ambiente institucional. Na época da ditadura, era uma luta maniqueísta e a pauta era bastante ampla”. Para o professor, não se deve ter a ilusão de que, naquela época, todo mundo era contestador e gostava de se mobilizar. Como as ações eram naturalmente ruidosas, criava-se essa impressão.
Sem o barulho das manifestações do passado, organizações estudantis mudam forma de atuação, mas sofrem com a falta de engajamento
Publicado em 13/11/2010 | Denise Paro, da sucursal e Marcus Ayres, da Gazeta Maringá
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Em um discurso com predomínio do tom antineoliberal, jovens empunham a bandeira da educação em passeatas, debates e congressos, nos quais não deixam para trás reivindicações que passam pelo meio ambiente, o debate em torno do pré-sal e o combate à corrupção. No entanto, as iniciativas não escondem a baixa adesão de estudantes e o esvaziamento do movimento.
Christian Rizzi / Gazeta do Povo
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Messias Dídimo Andrade, de 17 anos, fundou o grêmio no colégio para participar de discussões políticas
Participação
Uma pesquisa realizada em 2008 com estudantes da Unioeste, em Cascavel, revelou o baixo índice de adesão ao movimento estudantil na universidade. Foram entrevistados 307 alunos.
> 83% declararam não participar de organizações estudantis. A maioria justificou falta de tempo (45%) e de interesse (14%).
> 66% dos entrevistados afirmaram que não ocupariam um cargo de liderança estudantil.
> 63% dos estudantes disseram que, apesar de não participar de movimentos, consideram que a universidade contribui para aumentar a participação na política.
> 45% declararam que participariam de abaixo-assinados, contra 32% que aceitariam fazer manifestações ou protestos. Somente 2% afirmaram que participariam de greve.
> 99% dos estudantes acreditam que deveriam ter influência nas decisões tomadas na universidade, apesar de não participarem de entidades estudantis.
Principal pauta de reivindicações está nos problemas locais
No interior do Paraná, o movimento estudantil tenta retomar a expressão e manter-se no fluxo de reivindicações locais. Em Ponta Grossa, a luta contra a construção de um aterro em um local que oferece riscos ao meio ambiente e a defesa da qualidade do transporte coletivo estão na pauta do movimento estudantil.
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Desvio na Assembleia ajudou mobilização
Indignação e anseio por mudança são os motores que fazem a juventude deixar de lado a indiferença e se envolver na política. Para o secretário-geral da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Camilo Vanni, 22, o episódio dos escândalos na Assembleia Legislativa foi um exemplo.
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Política partidária também se faz presente
Apesar de se considerarem apartidários, os movimentos estudantis têm muitas de suas lideranças vinculadas a agremiações políticas. A própria União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Paranaense dos Estudantes (UPE), por exemplo, congregam filiados ao PCdoB, PT, PSDB, PMDB e DEM. O predomínio maior é de esquerda.
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Saiba mais
Veja a linha do tempo do movimento estudantil“Os jovens não são incentivados para a participação na esfera política e, mesmo convocados, omitem-se ou demonstram desafeição pela política”, diz a cientista política Rosana Nazzarie, professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
Para Rosana, o movimento estudantil é importante porque incentiva a participação futura e consciente dos jovens em esferas decisórias mais amplas, incluindo a política nacional.
Os próprios estudantes reconhecem que o maior desafio do movimento passa pela adesão. Para o presidente da União Paranaense de Estudantes (Upes), Paulo Moreira da Rosa Júnior, a situação do movimento estudantil hoje é diferente do passado porque as formas de mobilização estão divididas. Há estudantes atraídos por ONGs e outras entidades, ao contrário de décadas anteriores, quando a concentração maior era no próprio movimento estudantil.
No Paraná, o movimento estudantil voltou à cena este ano, quando se uniu a milhares de pessoas para cobrar transparência e ética dos deputados estaduais. Mas não é somente em momentos como este que os estudantes estão presentes. Para o presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Maringá, Lucas Okado, de 23 anos, por mais que o movimento estudantil não esteja em evidência na maior parte do tempo, ele nunca deixou de ser combativo e organizado. “Na UEM nós temos cerca de 50 cursos, quase todos com centros acadêmicos ativos, discutindo e reivindicando a melhoria do ensino”, diz.
Para o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEM, Stephano Nunes, 20, o movimento estudantil age de forma dinâmica. “Nós agimos prestando assistência estudantil, fazendo enfrentamento político, enfim, nos engajamos em prol de uma formação acadêmica de qualidade e de uma sociedade mais democrática”.
O presidente da União Londrinense dos Estudantes (Ules), André Fabio Lopes, 20, também acredita que o movimento estudantil continua sendo um poderoso instrumento de formação cidadã: “Eu não concordo quando dizem que o movimento está parado. Na verdade, temos formas de nos organizar diferentes das décadas passadas”, explicou Lopes.
Interesse
Quando o jovem é interessado nas questões políticas, o desejo de participação começa cedo. Messias Dídimo Andrade, 17 anos, é um exemplo. Ele cursa o 3.º ano do ensino médio e está ligado às reivindicações juvenis. Participa de eventos dos Conselhos da Criança e Adolescente e teve a iniciativa de formar um grêmio estudantil no colégio Dobrandino Gustavo da Silva, em Foz do Iguaçu. Este ano, Messias foi um dos três paranaenses eleitos para participar do Parlamento Juvenil do Mercosul. “O interesse político dos estudantes é bem fraco. Mas quando tem algo mais dinâmico a participação é boa”, avalia.
Para o historiador da UEM Reginaldo Dias, os grupos não eram mais fortes nas décadas passadas. “Considero apenas que era diferente. O país mudou. A pauta mudou. As formas de atuação devem ser coerentes com o ambiente institucional. Na época da ditadura, era uma luta maniqueísta e a pauta era bastante ampla”. Para o professor, não se deve ter a ilusão de que, naquela época, todo mundo era contestador e gostava de se mobilizar. Como as ações eram naturalmente ruidosas, criava-se essa impressão.
http://www.edu-online.eu/hu/letoltes.php?fid=tartalomsor/1959
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